Pais e mães não comem!

Neste feriado do dia 1° de Maio, logo cedo, a Paola viajou a trabalho e ficamos eu e o Lukinhas, de apenas 10 meses, em casa, sozinhos, mais uma vez. Era só eu e ele e todas as tarefas do dia.

Quem é pai e mãe de filho pequeno sabe como é difícil cuidar dos filhotes e (tentar) fazer qualquer outra coisa em casa, inclusive as mais simples, como comer ou ir ao banheiro.

Pois bem, o almoço do Lukinhas estava garantido afinal a Paola, sempre muito dedicada com sua alimentação, deixou tudo separado e congelado, bastando eu por no microondas e serví-lo.

Com o pequeno alimentado, era hora de eu (tentar) preparar algo para comer. Como nunca fui muito bom na cozinha e os suprimentos da casa estavam em falta, o jeito foi colocar os últimos dois ovos para cozinhar. Duas fatias de pão e uma de queijo completaram meu rápido almoço.

Aqui estão outras coisas que pais e mães conhecem bem: os suprimentos da casa acabam e ninguém repõe (essa regra vale para roupas também). Além disso, comer rápido e/ou frio é bem normal.

Passamos o dia brincando e engatinhando por toda a casa (os meus joelhos chegavam a doer). Algumas trocas de fralda, remédios (resultado das últimas 3 viroses que ele havia pego nas últimas semanas) e duas sonecas rápidas, especialidade do Lucas.

“Ele é um bebe que dorme pouco, pais. É assim mesmo.” – essa frase do pediatra tem marcado as nossas vidas.

A noite, a janta seguiu no mesmo esquema para o pequeno. Em mim, aquela vontade de pedir pizza e “comer bem”.

– Pizza de novo? Ah depois eu vejo se tem algo no armário que me salve! (aquela falsa esperança que temos ao abrir a geladeira e, como num passe de mágicas, um prato saboroso de comida ter surgido ali)

Depois do banho do pequeno e da mamadeira tradicional, ele dormiu.
– Ufa!

Um salgadinho orgânico e uma lata de cerveja foram o meu jantar. Fui dormir com fome (normal) pensando que no dia seguinte eu tomaria um bom café (antes do Lucas acordar) e almoçaria em algum lugar bacana, já que eu iria trabalhar.

Durante a madrugada, Lucas acordou uma única vez, para a mamadeira tradicional (na primeira viagem da mamãe, ele acordou 6 vezes). Pela manhã, acordei com o Lucas interagindo com os brinquedos (ele é um bebê que geralmente acorda de bom humor) e daquele jeito padrão de pais de bebês: cansado, com sono e cheio de coisas para fazer, como trocar de roupa, a fralda, dar mamadeira, remédio, preparar sua malinha e, claro, me arrumar. Ou seja, não tomei café!

– Tudo bem, no almoço eu capricho – pensei eu.

Depois de deixar o Lucas no berçário, lembrei que eu esqueci (pois é) que eu tinha aula de inglês:
– Já era o café!

Depois da aula, trabalho a mil. Projetos daqui, tarefas dali, reuniões em cima hora. Passou a manhã, chegou o meio-dia e quando olhei para o relógio já se passavam das 15h!

– Meu Deus, preciso ir comer! Tô morrendo de fome!

16h! Celular toca: bercário!
– Ai, ai, ai!

“Papai, o olho do Lucas não está nada bom. Parece conjuntivite”

Santo Deus! Bora enfrentar um trânsito e levar o guri pro hospital.

Senha de espera do Instituto da Criança

Quase 18h! Chegamos no hospital e, pelo que parecia, 1/3 das crianças da cidade estavam ali. Depois de quase 2 horas, diagnóstico de conjuntivite viral e da chegada da mamãe, estávamos saindo de lá. A fome era tanto que pensei em comer um cachorro-quente no caminho de casa, mas, tava na hora da janta do pequeno e ainda precisávamos comprar seus remédios.

Além disso, era dia do futebol, ou seja, se eu decidisse por matar minha fome, o futebol estaria comprometido (não dá para jogar de barriga cheia). Como eu sou viciado numa pelada, peguei uma barra de cereal que achei no armário (talvez vencida) e fui pro jogo.

Eu tava com muita fome! Comeria uma pizza inteira ou uma porção de costela, facilmente. Mas, como a sede de jogar futebol era ainda maior, entrei em campo. Naquele momento, a fome virou garra em ganhar o jogo. Eu nem lembro do resultado, só que ao final do jogo eu não pensava em outra coisa senão em comer!

– Oi, é da pizzaria? Quero duas gigantes dos sabores que mais saem que eu tô indo buscar!

Comi na caixa, como se fosse um prato! Não foi a pizza inteira, mas quase. Tava boa demais. No outro dia, almoço na churrascaria!

Que vida boa! Segue o jogo que a vida continua.

Amo vocês, Paola, Lucas e Bóris.

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