A eleição de 2018 reforçou uma verdade: somos intolerantes!

A eleição presidencial de 2018 entrou para a história do Brasil. Os motivos são vários, como o fim das grandes doações de empresas à partidos e candidatos, a polêmica prisão de um forte candidato de esquerda (Lula), o esfaqueamento do candidato de direita (Bolsonaro, que posteriormente ganhou a eleição), a ausência de debates no segundo turno entre Bolsonaro e Haddad (que substituiu Lula), o intenso uso de redes sociais (principalmente o Twitter e Facebook) e aplicativos de mensagens instantâneas (principalmente o WhatsApp e o Telegram) para divulgação de notícias e de fake news. Sim, as notícias falsas, que chegaram para ficar, nunca estiveram tão em alta!

Mas, de tudo isso, o que mais chamou a atenção foi o radicalismo daqueles que defendiam com unhas e dentes a sua escolha, o seu candidato e não aceitavam, de maneira nenhuma, a opinião de outras pessoas que votariam no candidato contrário.

A política virou um jogo de futebol e os eleitores se tornaram aqueles torcedores fanáticos que só pensavam na vitória, custe o que custar: meu time é o melhor e merece ganhar! Pênalti duvidoso para o meu time? Tudo bem, erros fazem parte do jogo. Pênalti para o time adversário! Mas o que que é isso? Que roubalheira é essa?

Era esse clima de final de campeonato que se via em todo lugar. Vi colegas e amigos se distanciando, deixando de se falar (pelo menos temporariamente), batendo boca em redes sociais, até mesmo com pessoas desconhecidas (aquela perda de tempo inútil). Alguns eram ainda mais radicais dizendo que sairiam do país se o candidato contrário ganhasse. Famílias se dividiram e um meme se tornou inesquecível: pessoal, peguem leve senão não haverá amigo secreto no Natal.

Dificilmente você encontrava um diálogo educado, aberto à opiniões contrárias ou a questionamentos sobre os planos de governo, posicionamentos e etc. O que se via eram discursos com inúmeras afirmações e motivos, muitos até plausíveis, defendendo sua escolha, “seu time”, e nem se dando o trabalho de ouvir a opinião contrária, mesmo que esta também fosse construída a partir de fatos e motivos plausíveis. Cada um estava certo em partes, mas, faltava tolerância, bom senso e até mesmo educação.

O que se pode tirar como lição de tudo isso é:

Muitas pessoas acham que sabem tudo e que o que aprenderam, mesmo em seus poucos anos de vida, é o suficiente para formar sua opinião e desmerecer opiniões contrárias.

Estas pessoas sempre acham que estão certas por pensarem ou agirem de determinada maneira, principalmente se quem for contrária as suas opiniões forem aquelas que não fazem parte do seu ciclo social.

É comum que as pessoas escolham um lado, um herói, um time, uma cor ou uma bandeira, e, como em qualquer tipo de disputa, defendam o seu lado, algumas vezes sendo cegas ou simplesmente por terem feito tal escolha e estarem do lado que acham ser o certo.

É comum, mas, não é o correto. Acredito que o radicalismo e o extremismo não são a saída para coisa alguma.

As pessoas acreditam que postando sua opinião ou discutindo (aquele famoso bate-boca) nas redes sociais, vão mudar o pensamento de alguém.

Penso que isso é realmente uma perda de tempo, principalmente porque aquele que entra nestas discussões já tem sua opinião formada e utiliza todos os argumentos favoráveis que possui para defender a sua opinião e, nesta mesma linha de raciocínio, todos os pontos negativos para criticar a opinião contrária.

Feliz daquele que ouviu e respeitou opiniões contrárias às suas e, discordando ou concordando, não colocou tudo a perder. Acredite, você é alguém melhor por isso. E, por fim, encerro dizendo que, numa democracia, cada um tem que ter o direito de votar em quem quiser. Nem sempre o melhor será o escolhido, porém, os ruins não ficarão para sempre.

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